quinta-feira, 25 de junho de 2015

No Divã

Amiga querida, após a conversa no whatsapp, que durou mais do que deveria, pode-se chegar à conclusão de que as pessoas estão ficando tolas. Sim, só sendo mesmo tolo para receber esse amor aí que você sente por ele desde a sua adolescência e simplesmente desprezá-lo. Amor, o amor que segura a onda do outro, que apoia, que escuta, que incentiva ao caminho do bem, que luta junto, que suporta os erros, as quedas.

A palavra amor vive em evidência, mas não se sustenta diante da primeira briga. Os corpos musculosos, a sensualidade feminina, as roupas cada vez mais vulgares, a bebida descontrolada, as festas dos finais de semana, as fotos nas academias estão falando mais alto. Se um dos dois erra, o casal separa e, em horas depois, cada um já está formando outro casal. O amor que fora estampado nas redes sociais é apagado e trocado na mesma hora pela frase “vida que segue”.

Outro dia, um amigo falava sobre as músicas mais tocadas nas rádios hoje em dia, a “sofrência”, as que falam das dores de corno dos homens. Ele dizia que “a arte imita a vida, as músicas têm falado sobre isso porque é isso que estamos vivendo”. Nem tanto, pois a “sofrência” sempre existiu, embora cantada por vozes mais bonitas.

Mas voltando ao seu assunto, difícil entender como um cara tem um amor fiel e leal e simplesmente se desfaz dele, prefere viver uma aventura com uma mulher que não tem nada a ver com ele, com a vida dele, com a história dele. E sabe o que vai lhe acontecer? Nada. Você vai ficar chateada por uns dias e depois vai passar, porque você o ama, de verdade, e amor perdoa tudo, tudo esquece. E isso não é um julgamento, aqui não se propõe entender e nem tampouco julgar alguém!

Você não é ruim, não é desprezível, não é feia. Você é maravilhosa. Linda. Sua beleza é diferente, seu cabelo é massa, Juba! Seu sorriso enche toda a sala e faz o outro sorrir também. Sua conversa é agradável e é perfeitamente aconchegante estar em sua companhia. Como ele não enxerga isso tudo? Ele enxerga, tenha certeza. Mas é que é mais fácil cair fora e viver uma história nova do que consertar a que existe e recomeçar. E que se dane o amor largado, não importa se ele jamais será amado como você o ama, o que se tem procurado na vida são as facilidades.

Aproveite esse momento para revisitar-se. Não vale ficar só chorando em cima de uma cama, ficar só chorando em mesa de bar, ficar só chorando nas conversas com as amigas. Chore em casa, quietinha, reclusa. As pessoas não andam muito pacientes para o sofrimento alheio, então você logo passará a ser apenas o assunto da vida delas, mas a compaixão que procuras não chegará.

Quer um conselho dos bons? Primeiro e mais importante, ore a Deus, entregue a Ele a sua vida e as problemáticas que existem nela. Deus sabe de todas as coisas e dá a cada um o alicerce para suportar as vicissitudes da vida. Feito isso, perdoe-o. Não é fácil liberar o perdão, mas vá retirando as mágoas, tentando compreender a imaturidade de quem não sabe receber amor, exercitando o perdão. Quando você perdoa, corta a ligação com ele. Vá retirando-o de sua vida. Não tenha mais nada que lhe remeta a ele, nem na cabeça, nem no coração, nem em seu celular, nem nas suas caixas de objetos pessoais. E quando você menos perceber, ele já não estará mais em sua vida, pois não haverá nada que o ligará à sua companhia.

Não haverá perdas para você, nem o tempo que você passou amando-o será perdido, mas convertido em aprendizado. Perde mesmo é quem não sabe receber amor, esse amor de verdade que você sente. A dor vai passar (se a sua ligação com Deus for íntima, talvez você nem sinta dor), mas poderá ressurgir se você remoer as lembranças. Mas a intensidade dela já não será a mesma. Viva seu luto com a certeza de que vai passar. E você sobreviverá!


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